As luzes da cidade e a pretensiosas estrelas.
Acima das luzes da cidade e abaixo das estrelas, eu observo o sacrifício das pequenas lâmpadas ao iluminar a entrada da casa, o opulento abajur do quarto de alguém ao ler incansavelmente seu livro antes de dormir, a discreta luminária de um artista ao varar a noite por sua obra, o delicado lustre da sala, aceso por toda a noite, por uma garotinha agarrada com sua pelúcia com medo do escuro, e o imponente poste de iluminação ao delatar o andarilho na calada da noite. Sacrifícios esses, pois são luzes solitárias, apenas energia artificial envolta por sua auréola de luz. Seus feixes apontam para o norte, sul, leste e oeste, parecem estar sempre prontas para se lançarem a uma direção, fugirem desse carma lamurioso, mas elas continuam estáticas e detidas. Elas se distraem ao ver as luzes móveis, faróis que vêm em vão num infinito constante, as invejam, mas refletem "do que adianta ir e vir e não chegar a lugar algum". Ser estrela! Agora sim, uma cobiça calculada e madura. Beleza